Se o seu filho de 4 anos lhe pedir para fazer um postal para a namorada, não estranhe! Mas se lhe pedir para comprar uma barbie, o caso já muda de figura. A coisa parece séria, sobretudo quando já ouço o nome da miúda, há meses, cá por casa. O rapaz é-lhe fiel e o namoro é platónico, claro. Coisa de miúdos. Eles começam cedo...
Estava eu a tentar acabar um trabalho e ele sempre a pedir ajuda. Ora porque queria comprar a barbie para a Bruna. Mas lá o consegui convencer a dar outro boneco, não desfazendo os amantes da Barbie. A altura é de contenção. E acrescentar um postal ilustrado por ele. Pois, aí é que foram elas. A pressa era tanta que "Oh mamã, faz tu o coração grande e muitos corações. Ah! E escreve: Um beijinho para a Bruna!". No meio de tanta azáfama, lá o consegui convencer que era melhor ser ele a pintar alguma coisa. "Ela gosta de rosa. Vermelho não! Pintaste mal!" Ainda são exigentes...
Mas lá o convenci a pintar e a escrever o nome dele no postal. E ainda o nome da namorada: copiou as letras que eu tinha feito num caderno. E pronto, já está!
Entregou-o? Não, porque tem feito gazeta às aulas por causa de uma senhora chamada virose que por lá anda e se apegou a ele de amores ao ponto de ficar uns dias cá por casa. Ainda iamos entregar as prendas, mas acabou por dizer: "Oh! Dou amanhã!". Eu lá lhe disse que amanhã é sábado, dia dos papás. "Oh! Dou depois! Quero ficar contigo, mamã!". Ah pois é! Amores há muitos... Mas mãe é mãe... Tem a vida toda para namorar o pequenito!... Não é?