terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Filho, um amor eterno...












Sentei-me numa esquina envidraçada a deslumbrar as ondas do mar emaranharem umas nas outras, a entoarem um cântico que nos pacifica a alma e segrega mil e um desejos aos ouvidos. Fiquei a ver as ondas dançarem ao ritmo de um abraço e beijos gelados nos rochedos húmidos ali atracados sem terem como fugir. E fiquei ali a pensar como somos felizes quando vamos juntos ver o mar, quando brincamos de ancinho e balde na mão, e esculpimos castelos na areia molhada. Quando mergulhas os teus pezinhos de seda na água e regas os nossos com gotas salgadas enquanto soltas gargalhadas e a tua cara se ilumina como raios de sol. E como somos afortunados - ainda que sem tesouros dos piratas de que tanto gostas e sonhas -só por ver-te correr e pontapear a areia atrás das gaivotas que teimam em fugir de um abraço teu, e ver-te afundar apressadamente os teus graciosos dedinhos dos pés com uma queda ou outra pelo meio.
E digo a mim própria como somos felizes por sermos crianças contigo outra vez, por podermos pular e salpicar o corpo com areia como tu, meu Arcanjo, enquanto nos mostras o mundo pelos teus olhos!... E penso novamente como é delicioso ouvir-te exclamar: "Quero sentar-me ali a ver o mar!" E com um brilho nos olhos, sorrio com um sorriso teu, estico os dedos para carinhosamente afagar os teus caracóis de ouro e deliciar-me com o teu mágico "olhar de encantamento" como tu sabes bem fazer... E presenteio-te, ou melhor, presenteias-me a mim, com tantos miminhos e beijinhos que fico sem palavras, com coração sereno e com tanta paz de alma que, por minutos, me esqueço do mundo e dos problemas da vida!...O amor que um filho nos dá não se mede aos palmos. O amor por um filho pode tão bem ser assim!... Uma dádiva de Deus?...

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